Palavra mais difícil

|

O que as pessoas têm que fazer para você as amar?

O que tenho de fazer para você se preocupar?

O que iremos fazer quando o raio atingir e levar o que resta do mundo?

O que tenho de fazer para você querer viver?

O que tenho de fazer para ser ouvido?

O que iremos dizer quando tudo acabar?

A desculpa parece ser a palavra mais difícil...

O mensageiro.

|
Monstros

O Brasil está se acabando em chuva por não ter investimento em infra-estrutura! E agora pra não passar vergonha estão cortando verba para educação, proteção social entre outros direitos nossos para investir em futebol, isso sim é uma vergonha para nos brasileiros.

When we could feel

|

Quando você era jovem

E seu coração era um livro aberto veio a dúvida

Mas o que aconteceu com o mundo que conhecíamos?

Quando nós podíamos sonhar e fazer planos...

Mas e se o mundo sempre em mutação no qual vivemos

Faz você se render e chorar?

Quanto nós podíamos sentir

Agora parece que esses sonhos antigos

Foram só um cruel e bobo jogo que costumávamos jogar

E quando eu lembro o que nós tínhamos

Eu me sinto perdido, eu me sinto triste, sem nada, mas

A memória do antigo amor e agora

Agora parecem sonhos antigos cruéis

E um bobo jogo que costumávamos jogar

Você só estava esperando este momento para decolar.

Mas o que importa são apenas sonhos antigos.


Dedico esse texto a minha mãe Ana Paula Zovka que está fazendo aniversario hoje 25 de janeiro de 2011.


Lenda urbana de Recife

|


PERNA CABELUDA.
Por que não conhecer nossas lendas, por isso deixo a que para vocês um texto de Fernando Kitzinger Dannemann para curtirmos.

A lenda da Perna Cabeluda surgiu em Recife, Pernambuco, na década de 1970, sem que ninguém saiba precisamente quando isso realmente aconteceu. Afinal de contas, lenda é lenda, não tem pai, nem mãe, nem certidão de nascimento, nada, afinal, que possa comprovar quando, onde e como começou a ser falada. Apenas aparece, vai aos poucos se tornando conhecida de mais e mais gente, e quando menos se espera lá está ela incluída no folclore de algum lugar. Pois a história da Perna Cabeluda passou pelo mesmo processo de divulgação popular, foi mencionada em letras musicais, serviu de tema em literatura de cordel e filme, comentada em rádio e serviços de alto-falante, ganhou fama e tornou-se conhecida. Resumindo, caiu na boca do povo.

Muitas são as explicações sobre a origem da lenda. Uma a vincula ao achado de uma perna humana cabeluda que se encontrava boiando no rio Capibaribe, caso que por não ter sido solucionado pela polícia transformou-se em prato cheio para a imprensa. Que inicialmente alimentou a esperança de encontrar alguém capaz de clarear o assunto, e por isso perguntou em suas páginas: De onde veio a perna? De quem era ela? Como foi parar no rio? Quem a amputou? Mas em vão...

Surgiu então a proposta da criação de versões fantasiosas, sensacionalistas, porque, afinal de contas, o jornal precisava atrair a atenção de alguma forma, para poder vender seus exemplares. Foi quando se começou a dizer que a perna mal-assombrada corria atrás das pessoas nas ruas da capital pernambucana, tudo avalizado pelo depoimento de “testemunhas” que afirmavam terem sido perseguidas por ela. E assim continuou sendo feito por algum tempo, até que a brincadeira cansou, e com isso os relatos sobre a perna cabeluda foram suspensos. Mas o povo não a esqueceu porque os guardiões das idéias, artistas e escritores, em geral, mantiveram-na viva na memória dos recifenses.

Bráulio Tavares, natural de Campina Grande, Paraíba, escritor, poeta, compositor, roteirista e colunista de renome, dá uma outra versão ao assunto: Diz ele, em seus escritos, que:

“Entre as lendas urbanas mais curiosas do Nordeste está sem dúvida a da Perna Cabeluda, uma entidade sobrenatural que teria assombrado as ruas do Recife durante a década de 1970. Aparecendo onde menos se esperava (e por falar nisso, onde é que alguém esperaria que aparecesse?), esta criatura era o oposto-simétrico do Saci Pererê. Ou seja, era uma perna-sem-pessoa, em vez de uma pessoa-sem-perna. Surgia pulando (eu já ia dizer “pulando num pé só”), atacava os transeuntes, dava chute em todo mundo, e depois fugia pulando. Foi cantada em verso e em prosa. Apareceu como protagonista em folhetos de cordel como ‘A Perna Cabeluda’ de Tiúma, ‘São Lourenço’ de José Soares, inclusive um em que ela enfrentava outra criatura mítica, ‘A Véia Debaixo da Cama e a Perna Cabeluda’ de José Costa Leite. Apareceu também em um vídeo de Marcelo Gomes, ‘A Perna Cabeluda’ (1995). Figurou em shows de Chico Science & Nação Zumbi: Chico dançava com uma perna de pano estufada, e depois a jogava no meio da platéia. Eu próprio a utilizei como tema num curta para TV de 40 minutos para o programa Viva Pernambuco, em 1996, dirigido por Romero de Andrade Lima e Cláudio Assis.

“A Perna Cabeluda é um bom exemplo de como surgem essas criaturas folclóricas. Uma vez eu estava em Recife conversando com o escritor Raimundo Carrero, que me deu uma versão para o surgimento dessa lenda. Ele e Jota Ferreira tinham um programa de rádio (pelo que me lembro ele era redator e Jota Ferreira o apresentador, mas posso estar enganado). E uma noite, entre uma música e outra deram uma notinha humorística, mais ou menos assim: ‘Pois é, meu amigo, a vida no Recife não anda nada fácil!… Chega agora à nossa redação a notícia de que Fulano de Tal, guarda-noturno, chegou em casa depois de uma jornada de trabalho e deitou-se para dormir ao lado de sua esposa. Ouviu um barulho, e ao olhar para baixo viu uma perna cabeluda embaixo da cama!’

“A intenção era sugerir, com a imagem da perna cabeluda, a presença do ‘urso’, do amante da esposa. A nota provocou muitos risos, e no dia seguinte, eles voltaram à carga. ‘E atenção, minha gente… Sicrano de Tal, morador da Imbiribeira, chegou em casa de viagem, e para sua surpresa viu a perna cabeluda fugindo pela porta da cozinha!’. E aí não parou mais. Usada inicialmente como uma sinédoque visual (a parte pelo todo), a perna acabou ganhando vida própria. Isto não quer dizer que qualquer coisa inventada vire automaticamente uma lenda. Neste caso específico, virou porque a imagem resultante ficou ao mesmo tempo absurda e engraçada, ou pelo menos assim pareceu à galera onde a história começou a circular (ouvintes de rádio dos subúrbios recifenses). Imagens e figuras semelhantes são lançadas diariamente no caldeirão cultural. É um processo aleatório. Umas pegam, outras não. ‘Cultura popular’ talvez se defina por este aspecto aleatório, onde não se pesquisa, não se planeja, e as criações dão certo meio que por acaso”.


Este texto também foi publicado em http://www.efecade.com.br/, site do próprio autor.
Autor: FERNANDO KITZINGER DANNEMANN